sábado, 4 de outubro de 2008

Shadows and Light

Olhando pela janela, os seus olhos derramavam mágoa para a paisagem brilhante do pôr do sol, os seus pensamentos não estavam dentro de si. As garras do desespero faziam por se fazer notar, rasgando o seu interior, juntamente com as feridas causadas por sentimentos despedaçados. Para piorar, aquilo tinha-lhe acontecido... O final está a chegar. Sinto-o. E não me faz diferença... Duas lágrimas de sangue pingaram de seus olhos para o seu vestido aveludado, manchando os negros bordos rendilhados. Mas antes, um último passeio. O roçagar do seu vestido quebrou o silêncio dos domínios da Dama da Noite, avisando da predadora que vagueava na noite.

* * *

A noite corria depressa e chegaria em menos de uma hora, obrigando Alexandre a parar a sua marcha. Andara o dia inteiro. O entusiasmo de quando tinha iniciado a viagem estava agora algo abatido, mas por teimosia, impedia-se de voltar atrás. Apenas à quatro dias tinha saído de casa. Era demasiado cedo. Rapidamente montou a tenda, porém, desta feita, não acendeu nenhuma fogueira. A brisa suave da noite assemelhava-se à de um deserto escaldante e árido, afastando todo o arrepio de frio que se quisesse instalar. Entretendo-se a cantarolar e a dançar consigo próprio, a Lua subiu no céu e quando deu por si, já ele próprio era uma sombra dançante na noite. Riu-se sonoramente para si.

- Heh. Se alguém viajasse na estrada, ainda pensaria que os mortos se tinham erguido das suas tumbas e dançavam a Dança Macabra!

Sentando-se, retirou o seu parco jantar de pão, presunto e maçã, trauteando enquanto comia. A sua atenção prendia-se noutros mundos que não aquele em que vivia.

* * *

Ruídos e sombras mexendo-se em contraste com a irrequieta imobilidade da noite. Até o vento se reduzia a um ínfimo sopro de uma fada, apenas sendo ouvido por quem realmente tentasse. Apesar da ausência de luz, os olhos da predadora viam perfeitamente as formas. Como se de um espelho obscuro se tratasse, as figuras apareciam-lhe algo distorcidas, mas talvez fosse devido à humidade nos seus olhos, de ter chorado durante todo o caminho. Também as cores estavam ligeiramente rubras, mas o hábito havia feito com que ela ignorasse esse promenor.

Aproximando-se silenciosamente, observou de perto o vulto masculino que dançava incessantemente àquelas horas da noite. Um outro ébrio. Nem na minha última noite apanho uma presa decente... Não sou deveras aceite neste mundo... Mas tudo irá mudar quando o Sol aparecer hoje no horizonte.

Respirando fundo como sempre fazia antes da caçada, fechou os olhos e sentiu as vibrações à sua volta. Algumas delas pareceram-lhe estranhas, mas dispensou-as com um aceno de cabeça. Não voltará a acontecer. E iniciou a marcha de encontro à sua presa.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

To be taken by you....

(I just) Want You



"There are no unlockable doors
There are no unwinable wars
There are no unrightable wrongs
Or unsignable songs

There are no unbeatable odds
There are no believable gods
There are no unnameable names
Shall i say it again, yeah

There are no impossible dreams
There are no invisible seams
Each night when the day is through
I don't ask much

I just want you
I just want you

There are no uncriminal crimes
There are no unrhymable rhymes
There are no identical twins or
Forgivable sins

There are no incurable ills
There are no unkillable thrills
One thing and you know it's true,
I don't ask much

I just want you
I just want you
I just want you
I just want you

I'm sick and tired of bein' sick and tired
I used to go to bed so high and wired, yeah – yeah, yeah, yeah
I think i'll buy myself some plastic water
I guess i should have married lennon's daughter, yeah – yeah, yeah, yeah

There are no unachievable goals
There are no unsaveable souls
No legitimate kings or queens, do
You know what i mean? yeah

There are no indisputable truths
And there ain't no fountain of youth
Each night when the day is through,
I don't ask much

I just want you

I just want you...."

sábado, 12 de julho de 2008

Triad of Passion, Command and Discovery.


From nothing everything is created and in the end, all comes down to nothing.
The chaotic misteries of the universe navigate even the farthest corners of its dimension. Some of them reside in us.
But for chaos to exist, before shall be the order. And in order life is created. Variety comes with chaos. And after the chaos, order sets down again and life flows freely. The chaos spreaded life and scattered around the planet. However, there is much more than just what we see or feel or smell or hear. There is everything else we can't perceive. And from that part of the universe, come the most powerful forces that rule over reality.

Three seeds were planted and grew, never seeing each other, not knowing nothing but their gardens. Three little seeds, independent little seeds. The winds of Fate didn't think like that, though. . .
Fate's web spins and threads as it will and strange patterns are formed. One, eventually, leads all the three seeds together, linking them. And by the Lady of the Moon, the forces, the spiritual ones, take action. Three little seeds that merged to form a flower. A simple, lonely and wonderful flower. One body with three sections:

The peduncle, the base, from where it all began, rising up in the air and giving birth to the other two.
The flower itself, which is the beauty of the being, its very own soul. Without it, the being had no purpose.
The thorns, which are the being's protective armor and deflect all harm aimed at it.

And as it is from seeds, it can be with other beings. The Triad had birth and the chaos on it is settling. Soon, order will claim what is hers and rule over it. But while not, things stand as they mote to be. The union makes the strength and the union of different beings with different strengths makes an undestrucible bond.

In me burns the fire of Passion, the heat of love and the flames of the moment. Quick, strong and profound, the fire burns hot and slowly but doesn't burn, it gives warmth. . .
Inside him, resides the voice of Reason. The emperor, councilor and the messenger, he's the prophet of the Gods, the one who sees and understands all.
From her shines the Inspiration for which the other two are lured into. Beauty torned with sour frames of pain, all together in the Muse.

The wheels of Destiny will now roll and take them on a journey that only the Fates know where it will end. A journey where either order will take place or chaos will shatter it all.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Apenas e simplesmente....

Chuva ácida que fere quem toca. Incontáveis gotas que viajam pelo ar, absorvendo substâncias perigosas e que acabam ferindo quem abaixo delas está. Incontrolável. Espontâneo. Uma força da Natureza, impossível de travar ou evitar...

Uma avalanche de neve. Um movimento causa o desmoronamento da grande massa. É uma reacção em cadeia que tudo arrasta, não deixando sobreviventes...

Uma doença... A podridão a avançar vagarosamente, corroendo o espírito agonizado, o odor a carne morta a pairar no ar, estagnado. Um ir sem voltar, um beco sem saída...

Vibrações no ar. Simples vibrações no ar. Viajam velozmente e nós não as podemos parar. Incansáveis. Mal compreendidas... As suas consequências são as mais graves. Com elas se salva ou se condena, ama-se ou se odeia, encarinha-se ou se destrói...

Vibrações... Apenas e simplesmente vibrações...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

How much I care about you....

Como de alma vazia e insensível se pode passar a uma caixa de emoções variadas e díspares, correlacionadas e instantâneas? Lenta, gradualmente e com uma grande vontade de o fazer. É da alma que vem esta vontade, este apelo que me incita a ser assim. Foi com estranheza que acolhi esta parte de mim, sendo que poucas pessoas o fazem e as que fazem, geralmente, fazem-no demasiado bruscamente e não o conseguem controlar. Sentimento sim, enxurradas dele não.

De entre os meus individuais sentimentos, vieram dois singelos que mais me afectaram. A compreensão e a solidariedade. Se antes os tinha sentido, não os reconheci. os acontecimentos variados que os trouxeram, mexeram comigo e levaram a minha pesada mente voando pelos seus confins, deram-me outra maneira de ver o que me rodeia. E mais uma dor de cabeça que veio para ficar também.

De mãos e pés atados me encontro, amarrado a uma árvore. A tentação calcorreia o espaço em redor, ora aproximando-se, ora afastando-se, levando-me ao extremo das minhas capacidades. São facas que são arremessadas na minha direcção, lâminas que me perfuram as entranhas. Transformam-se em caminhos bifurcados dos quais não sei qual deles escolher. Procuro nas estrelas, pergunto ao vento, mas as questões ficam sem a sua ansiada resposta. Uma espera agonizante pela resposta, que me deixa inactivo, passivo.

Que um dia terei de fazer a escolha, é certo. Que a escolha será a correcta, só o saberei depois de a tomar. Boa ou má, que eu não me arrependa e que me traga aquilo que mais procuro: estabilidade e sabedoria.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Love's Pain

The slumber comes to an end, slowly
I find myself laying in my room
Staring at the ceiling, peacefully.

You've entered my dreams
and left me staggered.
Your dreaded beauty paralyzes my limbs
You made me your prey, upon you I faultered.

Death's doom upon your sight
My wicked soul cries...
Stolen from all my light
Shattered, in my body, my soul dies.

The crow is my guide, to the destiny flying to
A lonely soul wandering by
Both souls' joy, still one question: Why?
My love, my soul is nothing without you...

Until Death throws us apart!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Mais um ano que passou

Pois e... faço anos hoje... Bah. Mais um dia como os outros, a excepçao de um chocolate que recebi e que me vai demorar muito a comer, porque eu ate nao sou guloso e como sou um menino bonito e lavo os dentes e as orelhas e isso tudo, nao como nada depois da higiene bucal... xD

Hmmm... Como me sinto? Igual a mim mesmo, como sempre fui. Ainda parece ontem que fiz 18.... enfim, o tempo passa e nos nao damos por isso...

Fico aqui com um pensamento de Oscar Wilde e outro de Nietzsche, para vos por a pensar. ;)

Abraço a todos os meus amigos e comentadores do blog!!!! ;)

"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe." Oscar Wilde

"O que não nos mata torna-nos mais fortes." Nietzsche

sábado, 31 de maio de 2008

Moeda de duas faces

De várias características que nos fazem únicos, os humanos têm uma em especial que os distingue:

Racionalidade.

Pensamos. Ou julgamos que pensamos. Muitos de nós apenas vegetam durante o seu ciclo de vida mas uma parte ainda consegue usufruir da massa cinzenta que tem na cabeça. Eu? Eu pertenço aos que a usam.

Pensar para perceber o que nos rodeia. Penso porque não sou nem quero ser igual aos ignorantes que encontro todos os dias. E não me arrependo de o fazer. Tudo é dual e eu alojo os prós e os contras dentro de mim, de livre e boa vontade.
Aprendi com Personne que "Pensar faz doer a alma" e que na ignorância se encontra a felicidade. Mas é uma felicidade superficial, sem sentido. A pouca felicidade que a consciência nos traz vale mais que toda a felicidade vinda da ignorância, pois a primeira é rica, única e muito mais forte que esta última.

Passar uma vida na ignorância sem procurar o conhecimento não é viver... É desperdiçar. Desperdiçar uma vida de possibilidades e de objectivos. Desperdiçar-nos neste mundo misterioso e intrigante.

Eu prefiro não me desperdiçar e seguir em busca daquilo que me encherá a alma, pois apenas o que nela guardar passará comigo para uma próxima vida.

O Eterno Aprendiz

terça-feira, 27 de maio de 2008

Desalojado

Sem lugar para ir, sem lugar para me esconder
Nao tenho barreiras para me proteger
Das ameaças que pairam sobre mim.
Sinto-me frágil, exposto
Triste, indisposto.
As minhas tormentas alongam-se pelo tempo
E a minha cabeça não acompanha, sinto-me lento.

Sou como uma criança que procura refúgio
No colo quente da mãe
Mas falta-me o colo e o refúgio também.

Estou desprotegido, à mercê de qualquer um
Preciso de um guia, não muitos, apenas um
Que me desvie da espiral de sofrimento
Que acabe com este horrível lamento.

Farto deste tempo
Farto deste período
Farto de ser tão ingénuo
Por não passar de mais um miúdo
[Que não tem quem o compreenda]



PS: Só aqui, com vocês, consigo desabafar. Que raio de espírito me estou a quedar...

segunda-feira, 19 de maio de 2008

80's ARE BACK!!!!!



"With a rebel yell, she got more, more, moooore...." OOps... vocês já estão aí... :P É melhor calar-me.
Pois bem, é verdade, os 80's estão a voltar à nossa sociedade. Já vemos por todo o lado a malta alternativa a ouvir estes sons 'pesados' (no tempo dos nossos pais), aqueles jovens mais
retro com as suas camisas e saias de flanela aos quadrados, as vans aos quadradinhos (e agora com caveiras fofinhas. Argh!!), as 'montras' de sol (ao invés dos usuais óculos) e toda uma panóplia de adereços e gostos que dominaram na década de 80.
Reparem, eu não vejo isto como algo mau. Muito pelo contrário! Começo a apreciar devidamente a cultura da época, principalmente a música (como se pode ver. Billy Idol é o maior!!!) e as
pin-ups (pois claro, não podia aqui faltar o lado mais sensual da coisa, não é? :P).
Enfim, uma época rica que agora volta a estar no quotidiano, misturando elementos modernos com esses elementos clássicos.
Uma vez que hoje acordei com esta música na cabeça, fica aqui o tributo à maravilhosa época de onde o
metal que tanto gosto tem origem.



Rock on!!!! \m/

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O Meu Lado Desconhecido (talvez não tanto....)




Wumpscut - I Want You (Slut Remix)

(...)
Ich will Dich für mich allein
Ich will Dich mit all Deinem Schein
Ich will Dich willst Du mich auch
Ich will Dich nur alter Menschenbrauch
Ich will Dich kein Widersteh´n
Ich will Dich mit all Deinem Wehen
Ich will Dich lecken bis zum Wahn
Ich will Dich mein stolzer Schwan
Ich will Dich bluten sehen
Ich will Dich Du musst nichts verstehen
Ich will Dich für mich allein
Ich will Dich mit all Deinem Schein
Ich will Dich für mich allein
Ich will Dich nur Du seiest mein
Ich will Dich ein einziges mal
Ich will Dich oh welch große Qual
(...)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Previsões e Lamentos...


Dos Fados e suas malhas pouco sei dizer; fazem de mim um boneco quando eles são o bonequeiro. De voltas e reviravoltas uma vida está repleta (todos o sabemos), mas que a vida me leva sempre pelos caminhos que menos me agradam, isso já começa a ser certo.
Não sei ao certo se é a vida que me leva pelos caminhos ou se sou eu que os escolho, a realidade que se me depara, é que por muito que tente realizar, não me sinto satisfeito; antes ultrapassado e sempre a um passo atrás. Por períodos variados eu passo e passei, mas parece que este período de negatividade se tem estendido um pouco demasiado para além do normal. É uma tempestade de raios, uma borrasca que impede que o meu barco chegue ao seu destino, deixando-o à deriva no oceano.
Costumava saber quais eram as minhas capacidades. Era usual aprender depressa e bem e ser esperto e perspicaz. Mas agora descobri que muita gente à minha volta também o é e ainda melhor que eu. Perdi a minha especialidade, deixei de saber quais são as minhas verdadeiras capacidades... Para quê ter tantas portas abertas se depois não consigo escolher a que será melhor para eu atravessar, acabando por me quedar na entrada, indeciso e confuso, sentado no chão, moribundo e perdido... Foge-me a força de vontade e fogem-me os objectivos, ficando apenas o que é vulgar e comum, tornando-me "apenas mais um". A mim, que me julgava único e especial, um farol na escuridão...

'Mas és especial! Fazes as pessoas sentirem-se bem!' - dizem-me. Mas será? Reconheço que sim, que por vezes o faço. Mas de que vale? Porventura me sinto melhor com isso? Temporariamente sim... mas não me sinto realizado e não me dá alegria de viver. Porque depois as pessoas afastam-se e fico eu, outra vez, sozinho... É a recompensa de ser tão especial. De tentar ser fora do normal, de tentar ser eu!

Por isso passo cada vez mais tempo em frente ao teclado, navegando sem rumo ou perdendo-me nos mundos de fantasia que tanto me apelam. Sou uma alma deslocada, um anjo sem rumo e sem lar. Sim, porque já me apelidaram de anjo. Mas se assim for, se um anjo é o que sou, então as minhas asas já caíram há muito, e de anjo resta-me pouco...

Estes são os lamentos deste que não sabe o que é, não sabe para onde vai nem o que fazer. Perdido, quando todas as portas se lhe abrem ao mesmo tempo...

Anjo Caído
" I've just fallen down My wings are tumbling I can't control it I've lost my way Cause I kept looking back..."

terça-feira, 29 de abril de 2008

Leto (of the Crows)

"Na mitologia grega, Leto, é a filha dos titãs Coeus e Phoebe. No ponto de vista do Olimpo, Zeus é o pai dos seus filhos gémeos, Apolo e Artemis, os Letoides."
in Wikipédia

Ora bem, posso constatar que isto está errado. É verdade! Leto não é nenhuma filha de titãs (até porque de titã não tem nada. Pequena, fofinha e linda como um melro no pico do verão, só muito dificilmente alguém a confundiria com um titã feio e opulento.). E afirmo isto pois eu já me deparei com Leto várias vezes! Inclusivamente, já a abracei!!! Ah pois é!!! Leto é uma rapariga fofinha, que dá pelo cognome de Senhora dos Corvos. E querem saber mais? É a MINHA Senhora dos Corvos, pois apenas eu a trato assim e porque o quer insiste em tratá-la por Senhora das Gralhas (ele vai sofrer, não se preocupem, hehehehe).

E pronto, queria apenas deixar esta nota, para não acreditarem no que virem numa enciclopédia de mitologia (como me aconteceu esta semana na Bertrand).

Um beijinhu grande e vampírico para a minha Senhora dos Corvos!!!!! :^-^:

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Agamémnon, o guerreiro - Excertos

"E, quando ao sopro da mudança do vento impuro, o seu espírito se dobrou ao jugo da necessidade, então ele assumiu um pensamento capaz de todas as audácias. Pois a demência funesta, a fúria que é a primeira causa dos nossos males, inspira aos mortais ousadia com os seus vergonhosos conselhos. Foi assim que ele teve coragem para sacrificar a filha. (...)"

"O futuro poderás conhecê-lo depois de acontecido. Entretanto esquece-o, dado que antecipá-lo é o mesmo que chorar antes do tempo. (...)"

"A visão de um rosto em lágrimas apresenta-se-me em sonhos, trazendo alegria vã, pois é em vão que alguém julga ver a imagem da felicidade, se logo ela se lhe escoa por entre as mãos, não voltando a sulcar com asas os caminhos do sonho."

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Fallen Angel


É uma dor que não consigo explicar. Prende-me os movimentos e arqueia-me as costas, não me deixando mexer. Uma dor constantemente agonizante que me tortura e me contorce. Facas que percorrem o meu corpo debaixo da minha pele.
Num momento de lacinante dor que me paraliza todo o corpo, sinto as costas a rasgar e o sangue a brotar como uma cascata quente que pinta o chão de vermelho rubro. Uma corrente de ar parece avançar de mim, percorrendo toda a redondeza. Sinto-me estranho... A dor passou...
Levanto-me devagar e sinto-me perder o balanço para trás. Após um momento de luta entre eu e o meu corpo, equilibro-me como se transportasse um fardo de batatas às costas e avanço de encontro ao espelho. A minha própria visão roubou-me o dom da fala, como se da Morte se tratasse.
São brancas como o marfim e têm um brilho próprio que ofusca tudo à sua volta. Estendem-se desde dois palmos acima da minha cabeça até aos meus tornozelos, compridas e longas. Numa tentativa de auto-domínio, descobri a maneira de as esticar para os lados. A sua envergadura é inimaginável... As suas penas são seda nas minhas mãos, com um ligeiro aroma a jasmim, apesar de terem sido banhadas com sangue. Sangue? Mas onde está ele? No chão apenas! Nelas, nem um sinal! Mas que magia é esta? Não... não é magia... é um dom...
Corro para a janela e atiro-me sem medo por ela, todas as entidades do ar a passarem por mim num torvelinho. Breves segundos passam antes de eu as esticar inteiramente para os lados e sentir a força do atrito a impedir-me de cair. As correntes de ar elevam-me no ar e sigo como um pássaro, batendo com força, impelindo-me para a frente com força. O vento frio percorre o meu corpo em ondas, gelando-me por fora enquanto o esforço me aquece por dentro. É um misto de sensações que me deixa ébrio de sentimento. Liberdade.... Finalmente...
As minhas asas trazem-me liberdade e posso finalmente voar para longe dos problemas... Um anjo caído na terra, incompreendido mas finalmente livre.

domingo, 6 de abril de 2008

Invocação aos Deuses do Olimpo

Deuses! Ninfas! Emissários!
A vocês eu invoco!
A Afrodite, Rainha da Beleza, eu invoco!
A Hades, Senhor dos Mortos, eu chamo!
A Perséfone, Princesa de Duas Faces, eu peço atenção!
A Artemis, a Grande Caçadora, eu clamo!
A Zeus, o Grande Pai, eu me ajoelho!
Oiçam as minhas preces e ofertem-me a vossa inspiração!
Que as nossas ideias sejam dignas de vós, grandes deuses!

IKIAI IKIAI AUHAAAAAAA!!!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Coincidências Irónicas....


Será pura ironia ou controvérsia, um engano ou uma ilusão, a ideia de que quanto mais tento esquecer algo, mais me vejo rodeado por ele? É incrível a força com que tenho de me aplicar todos os dias para não entrar num estado de frustração profunda que me levaria numa espiral de retroalimentação positiva (que de positiva não teria nada). Isto porque torna-se frequente deparar-me com aquilo que quero esquecer.
Será maldição? Terei agido mal? Certamente terei e reconheço. Mas porquê tanta vil tortura de sol a sol, um constante dilacerar de alma que me atormenta? Já chega! Quero libertar-me! Parem de me perseguir, pensamentos infames e vis! São inúteis dentro da minha cabeça, erva daninhas que me não deixam viver!

Porque razão me comparo eu a Marius? Ele, e só ele, que tão bem me conhece agora e que passou por tudo o que passei eu. A sua querela com Pandora, um amor odioso ou um ódio apaixonado entre os dois, que tanto se assemelha ao que se passa comigo... São tantas as coincidências e reincidências que a minha mente caminha para a loucura....

Por favor, alguém que a impeça, pois sem insanidade, a razão abandona a alma e vegetamos numa vida sem sentido!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Egiptian Valkyrie


Nascida nas tepes de um país do norte, ela é uma guerreira sanguinária famosa, conhecida pelos guerreiros, temida pelos senhores. Filha de um pai viking e de uma mãe egípcia, esta guerreira é uma mistura exótica de beleza destrutiva e de violência sedutora.
Desde muito cedo se mostrou interessada nas artes bélicas. O seu corpo cresceu largo e maciço, mantendo as formas femininas. A sua mente, perspicaz e audaz como uma raposa, rápida e precisa como um falcão, evoluiu bastante depressa para uma criança da sua idade e rapidamente ganhou lugar e fama por entre os entes da sua tribo nómada. Os seus pais foram os seus professores, e que melhores professores poderia ela ter tido? Da agilidade no manejo de armas, à eficácia do seu jogo de palavras e de olhares, duas culturas cresceram neste prodígio da natureza favorecido pelos deuses de ambos os lados. E até Afrodite e Perséfone lhe deram a bênção, tornando-a terrivelmente bela.
Os seus olhos são dois troncos de árvore, duas amêndoas acastanhadas e quase líquidas reunidas no centro de poças de leite materno. O seus lábios rosados e volúveis apelam ao hipnotismo, deixando qualquer um embasbacado pela sua perfeição e suavidade. Ambas estas entidades assentam num rosto oval e curvilíneo, de bochechas ligeiramente rechonchudas. Um nariz empinado e fino, estranhamente sedutor divide a simetria da sua cara. Fios de negro ébano caem do topo da sua cabeça, longos fios ondulados e espessos que se deixam acariciar pelo vento criando ondas como que chamando o espectador a ir ao seu encontro. Deles se desprende um aroma mágico e afrodisíaco de jasmim, trazendo à loucura um qualquer macho da sua espécie. O seu corpo ondulado e em forma é um desejo tornado realidade. De ancas largas e peitos firmes, ela apresenta medo de ninguém e caminha de cabeça erguida e de costas direitas, desafiando quem lhe aparece pela frente. Mantendo-se entre a escuridão e a luz, permanece um pescoço comprido de pele lisa e pálida, suave ao toque e viciante ao beijo... Toda ela é um ícone à beleza e à sedução....
A sua pintura de guerra torna ainda mais selvagem esta beleza de dois mundos. A sombra negra dos olhos aumenta a sua ferocidade que é contrabalançada pelos traços negros que alongam os amendoados olhos... Uma pintura negra obscurece os seus lábios rosados, tornando-se maquiavélica quando ela lambe o sangue das suas armas e pequenas gotas descem pelos seus lábios e queixo, deixando-a estremecendo de prazer sádico e de pura raiva guerreira.
Armada com dois machados de guerra curvos, de origem nórdica, ela aparenta ser um remoinho sangrento no meio da batalha. A cavalo, nas suas investidas mortais, uma espada comprida e larga balança com os seus poderosos braços, decepando as cabeças ignóbeis dos seus inimigos, juntamente com um grito de libertação vindo do seu âmago, tal tigre no final da caça.

A doce sensualidade de uma guerreira, que me mesmeriza continuamente....

terça-feira, 1 de abril de 2008

Monsday - Journal of Days



Night is my home. The stars glued in the dark blue firmament light my path and show me the way. Travelling swiftly in the stoned floor of the streets of my city, I am a wanderer ignored by all. I am but one amidst the crowd. But I am not like them. I have the gift of Blood. Alone I walk under the moon's blessing and I crave to see everything and anything. I crave for knowledge. I crave for music. Time passes by and its effects slip this polished stone, leaving it unharmed. Night is mine and I belong to her. The windows of my soul wander and glare the world. Sometimes, living statues of ancient Greek muses travel by and attract me, my soul is kept mesmerized by such sight. Romantic as I am, I want to show me to them, I want to love them, I want to embrace them and keep them for me. I beg for these divinities. But I mustn't have them. Because no matter how much I could possibly want them, Death flows in my veins and thus I cannot give in to the temptation of sharing it. Not ever, not never.... I shall remain alone in my search, giving way to knowledge and appraising all of it. For I am an apprentice. The eternal apprentice....

Angelus

segunda-feira, 24 de março de 2008

Love=Pain

For Love we do many things. For Love, impossibilities become possible but consequences come...

I'm a Lover and the feeling is abundant in me. I ache for Love and I crave for showing my love to someone. But I ache... My heart aches and my soul screams... Because I have no one to give my love to...

There is a space in me that needs to be filled. The space grows with each passing day and those who have filled it for not long they stayed... Now I plant a signal to welcome to stay, but it is not answered...

I drown in grief for not being able to free this huge feeling that grows in me and become desperate. But I'm patient and I shall wait, because Life is made of opportunities and I shall make mine.

domingo, 23 de março de 2008

Indecisão

É incrível como nos deixamos levar por aquilo que a vida nos dá e nos consideramos contentes com o pouco que temos. Dessa maneira despreocupada deixamo-nos levar e aquele sentimento, egoísta mas necessário, de querer sempre mais, de procurar novos objectivos, desaparece gradualmente.... Até nos abrirem os olhos e mostrarem que a vida é algo mais do que aquilo que vivemos.

Eu deixei-me 'comunizar' por este mundo de futilidades e má língua e a certa altura não era mais do que um entre muitos. Até me retirarem deste poço sem fundo onde vegetava.... Tão violentamente me resgataram dessa decrépita prisão da mente que foi como se acordasse com um safanão! Uma torrente de sentimentos rapidamente se apoderou de mim e tudo aquilo que pensei poder conter, tomou conta de mim e do que sou, atormentando-me agora todos os dias, de sol nascido a sol posto...

Sinto-me oprimido por este sentimento, esta tortura que se apodera de mim sem o meu consentimento. E no meio disto tudo, o pior é que fui eu, e apenas eu, o danado porteiro que o convidou a entrar....

"I wanna heal, I wanna feel what I thought was never real. (...) I wanna find something I’ve wanted all along"